Pode parecer estranho falar em desmame quando há tanto caminho a traçar para que mais mães e bebés consigam amamentar. No entanto, esta fase é uma mudança, como tantas outras ao longo do caminho da amamentação, que pode precisar de algum apoio para que seja vivida de uma forma tranquila, sem culpas e sem que se torne numa experiência negativa ou desagradável.
O desmame, apesar de muitas pessoas se referirem a ele como a última mamada do bebé, constitui um processo gradual de redução do número de mamadas, começando aquando a diversificação alimentar. Assim sendo, deve ser encarado como uma nova etapa para o bebé e para a relação mãe/ bebé e o seu desenrolar é uma decisão absolutamente individual!!! Ou seja, não há uma altura certa ou obrigatória para que tal aconteça. É a dinâmica da relação entre a mãe e o bebé que vai ditar as metas.
Existe muito o mito de que os bebés/ crianças nos países desenvolvidos não beneficiam grande coisa da amamentação após os seis meses, por terem acesso a comida e bebida limpa, condições sanitárias adequadas e cuidados de saúde de excelência. Todavia, tal não é verdade. O leite materno contribui para o desenvolvimento imunitário! A ciência mostrou já que crianças amamentadas, mesmo nos países ocidentais, ficam menos vezes doentes e a amamentação prolongada protege de doenças como a diabetes, a esclerose múltipla e diversas outras patologias respiratórias.
Desmamar não é apenas algo fisiológico e natural. É um processo fortemente influenciado pela cultura! Um estudo que procurou retirar a cultura da equação, estudando o desmame nos nossos primos primatas, percebeu que este se dava aquando o nascimento dos primeiros molares permanentes, o que em nós humanos acontece por volta dos 5/6 anos! A mesma altura em que se dá o amadurecimento total do sistema imunitário dos nossos bebés. Curioso, não é?
O importante é que tu te sintas livre para poderes parar ou continuar o tempo que tu e o teu bebé quiserem! Sem pressões, preocupações, ameaças ou tabus!
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